sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Buenos Aires – 2º dia. La boca, Caminito e algumas experiências mais...

Pois é, estávamos em Buenos Aires. Tínhamos em mãos uma sugestão de roteiro feita pela Dani, amiga da Claudia, que nos levaria a uma das regiões mais tradicionais de Buenos Aires. La Boca.

Acordamos cedo, tomamos um café reforçado no próprio hotel e chamamos um taxi. Na argentina, os taxis são muito baratos! Para se ter uma idéia, um taxi Cumbica-Ipiranga custou R$114,00. O taxi de lá, do hotel Ibis ao aeroporto de Ezeiza (tão longe quanto) ficou por volta de R$ 60,00. Quase metade do preço!

O taxista muito simpático nos deixou em uma rua chamada Caminito, que fica no bairro de La Boca. Essa região foi colonizada por imigrantes Italianos e é muito tradicional. Tirando o show de tango, andar pelas ruas do Caminito foi uma das experiências mais bacanas que tive na cidade.

Ao chegarmos, percebemos que estava cedo demais (+-9h30). Só tinham os guardas nas ruas. Assim, aproveitamos para fotografar o lugar com mais calma, sem muita pressa e multidão.

Lá existem casas de lata, como se fossem o nosso barraco de favela, mas muito mais bonitos. Todos coloridos e com uma “arquitetura” um tanto quanto diferente, fazem desse lugar uma experiência única. Algumas ruas possuem trilhos de bondes, que passam de hora em hora, tocando uma sineta bem característica.

Pelo Caminito se desenrola uma feira a lá “Embu das Artes”, com artesanatos, lenços, luvas, fotografias, tango a céu aberto e muito turista.

Após algumas ruas e fotos, decidimos conhecer um ”poquito mas” sobre uma das paixões mais insanas dos argentinos. La bombonera e o time do Boca Juniors.

Tiramos algumas fotos pelo lado de fora do estádio e entramos no museu que se tem por lá. Compramos um ticket que incluía o passeio pelo museu mais a visita guiada. Conhecemos a sala de troféus e algumas galerias de fotos e vídeos, que contam a história do time e do estádio.

Fizemos então, a visita guiada por algumas áreas do estádio, passando pelas arquibancadas, camarotes, vestiários, etc. Existe uma área do estádio, assim como aqui nos nossos, que é dedicada à torcida organizada do time, no caso, a “Jugador 12”.

O estádio possui uma acústica própria para pressionar o adversário. Ele é pequeno e alto, o que faz termos a sensação de estarmos em um caldeirão. A área pagante mais cara do estádio fica a somente 2 metros do banco de reserva dos jogadores. Você quase pode dar um tapa na cabeça deles!

Após a visita à La Bombonera, voltamos a andar por Caminito, ai sim, com as galerias já abertas e a rua repleta de turistas. Aproveitamos para comprar alguns acessórios de inverno que nos acompanharam pela viagem inteira. Luvas, tapa-orelhas, cachecóis nos protegeram perante o frio que nos acompanhou durante nossa estada. Neste dia à noite, a sensação térmica chegou à -2°C. Nada mal para quem gosta de frio!

Em seguida, para esquentar ainda mais, fizemos uma pausa para tomarmos um chocolate com alfajor na loja Havanna. Delicioso!

Continuamos a andar por Caminito, visitando algumas galerias que vendem bugigangas. Essas galerias parecem “cortiços”, mas tem lá seu charme. É comum encontrarmos dançarinos de tango, ou tocadores de bandolion mostrando sua arte em troca de uma gorjeta.

Concluída nossa estada em La Boca, decidimos visitar alguns pontos turísticos mais no centro da cidade, como a Casa Rosada, Catedral Metropolitana, Plaza de Mayo, etc.

Na região central da cidade, pude perceber o quanto patriotas os argentinos são. Nas principais avenidas da cidade existe sempre uma dezena de bandeiras hasteadas demonstrando o amor pela pátria.

Passeamos por dentro da Casa Rosada, sede da presidência da república argentina e museu da casa do governo, onde estão expostas artes relacionadas a autoridades do país e do Mercosul. A construção exibe uma bela arquitetura, tanto interna quanto externa.


Logo em seguida, passeamos pela Plaza de Mayo, e fomos visitar a Catedral Metropolitana. Após apreciar as belas imagens que lá existem, agradecer pela viagem, presenciei uma “missa” para cegos, que estava acontecendo naquele momento. Muito curioso! Ainda não tinha presenciado isso aqui no Brasil.


Por volta das 15h00, já com bastante fome, fizemos uma parada em uma lanchonete e pedimos algo para comer. Ali, observamos um pouco da multidão que se deslocava pela tão famosa Calle Florida, principal reduto dos brasileiros em Buenos Aires. Pois então, após estarmos satisfeitos, decidimos caminhar e observar as ofertas por lá.

Andando pela Calle Florida, fomos reconhecidos de longe como Brasileiros. Por que será né? Toda hora era um ou outro oferecendo “Show de Tango Señor?”, “Câmbio Señor?”, “Roupa de Cuero Señor?”. Afe!... Da nos nervos! Mas não dei muita importância e tentei fotografar algumas coisas curiosas como o “Despegar.com”, nosso decolar.com, rs...

Ao terminar de percorrer toda a Calle Florida, já com as pernas latejando de tanto andar desde as 9h00 até as 17h00, decidimos voltar ao hotel para descansar um pouco. Eis que sugeri à Claudia, “Amor, vamos de metrô?”.

Episódio Subte (para mim a experiência mais divertida)

Não concordando muito e com um certo receio devido à máquina fotográfica e todas as outras coisas que estávamos carregando, ela aceitou.

Assim, descemos as escadarias, compramos o bilhete na “Boletería” por míseros ARS 1,10 e fomos ao embarque.

Nessa primeira linha, acredito ser uma das mais modernas, a estação era parecida com a nossa, porém, lá os trens não são como nossos metrôs. Eles se parecem mais com nossa CPTM. Até ai, tranquilo, para quem já tomou muito trem na vida!

Embarcamos em direção à estação onde iriamos fazer a baldeação para linha azul. Eis que, uma estação antes de descermos, o trem lota!...rs, porém, lá os trens não tem o ferro superior para segurarmos, são argolas penduradas que se movimentam junto com o trem!... Era um tal de argentino caindo por cima do outro, nós nos segurando para não cair, até que chegou a estação e saímos que nem loucos dizendo “Permisso, Permisso”... Ufa, saímos do trem, que cena cômica e engraçada (A Claudia querendo me matar!)

Mas o episódio não termina ai! A próxima linha era um tanto quanto esquisita. Desta vez, as estações também eram parecidas com a nossa CPTM, mas muito mais velhas, sujas e medonhas. A fiação toda exposta, um povo feio, vixe, a experiência tava ficando cada vez mais emocionante!

Eis que surge nosso trem! Barulhento, todo velho, mas com um ar retrô. As luzes eram em mini-lustres, as paredes e os bancos todos em madeira, parecia que estávamos nos anos 50!

Ao partir, as portas davam cada pancada, que parecia que ia cair. Pois bem, chegamos na estação que iriamos descer, e eu como bom paulistano, vou até a porta e aguardo o sinal/abertura. Rs, a porta não abre! Ai olho para o lado e vejo as pessoas abrindo a porta! Imediatamente puxei a porta pela maçaneta e disse “Vamos Claudia, se não vamos ficar!”. Acredito que para esses trens mais antigos, você é quem abre a porta!

Assim que saltamos, o trem parte, e como não poderia ser diferente, com a porta aberta... rs. Saímos dando risada e com um pensamento de “Nossa, que saudade do nosso metrô!”.

Chegando ao hotel, descansamos até por volta das 21h00, quando saímos novamente, agora para experimentar um jantar na capital Argentina.

Assim, chamamos um taxi novamente e fomos até Puerto Madero, região muito bonita da cidade que foi revitalizada nos anos 90, deixando-a com um ar de capital Europeia.

Para jantar, tínhamos a indicação do restaurante Siga La Vaca, tradicional casa de Parrilla (Churrascaria) de Buenos Aires, porém, ao chegarmos ao local observamos que estava bastante cheia. Como já era tarde e não queríamos enfrentar fila, fomos até outro restaurante também muito bom, chamado Estilo Campano. Lá, eu e a Claudia experimentamos o “Bife de Chorizo”, nosso Contra-Filé, com Papas Fritas.

Foi uma boa pedida, veio um bife enorme para mim (que pedi inteiro) e um tamanho normal para ela (meio bife). Eles servem o bife com umas vaquinhas em cima dizendo, “Estoy en punto”, “Estoy passado del punto” ou “Estoy ante punto” (Resumindo, mal passado, passado ou bem passado). Este jantar não achei que ficou barato, mas acredito ser por causa da região e pelo dia ser sábado.

Após comermos mais do que deveríamos, resolvemos das uma volta por Puerto Madero à noite. Andamos, andamos, andamos e quase congelamos de frio às margens do rio La Plata. Fomos até a “Ponte de La Mujer”, construção recente e muito bonita. É uma ponte estaiada, no estilo da que temos aqui em São Paulo perto da Av. Aguas Espraiadas.

Após tirarmos algumas fotos, decidimos parar de passar frio e irmos descansar, pois no dia seguinte tínhamos mais um dia de caminhadas.

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